28 de Março de 2007
Para nós, atletas, existem expressões que, dependendo da resposta, elevam ou rebaixam sua qualidade esportiva. Lembro que durante a minha transição dos juniores para a equipe principal, eram perguntas constantemente ouvidas: "Já atravessou o atlântico"? "Jogou com quem"? Expressões típicas, algumas delas poliesportivas. A expressão "já fez gol no Morumbi", por exemplo, é própria do futebol.
Já diz aquela música, quem nunca quis ser um jogador de futebol? Eu mesmo, já pensei um milhão de vezes. Se tivesse trilhado o mesmo caminho que fiz no hóquei, embora nunca tenha sido um grande jogador, talvez teria jogado na Europa, ido pra seleção, quem sabe, ter feito muito dinheiro.
E nunca me imaginei pisando no Morumbi, lotado. Mas, ironia do destino, um dia estava lá.
É impressionante como se ouve bem cada voz que grita da arquibancada, seja um palavrão ou um incentivo. E eu lá, arrumando a bola na marca do pênalti, a meta logo em frente. Dei uns passinhos pra trás, mão na cintura, típico de matador.
Não posso dizer quantos segundos demorou aquilo tudo, mas procurei ser rápido. Poucos passos, um chute e o gol. Gol de pênalti, num dos maiores do mundo.
A promoção acabou, o segundo tempo ia começar, fui saindo feliz da vida do campo. O prometido prêmio da LG nem veio: "já é uma honra você estar pisando no Morumbi", disse o promoter picareta. Tem coisas que duram segundos mas ficam marcadas pra sempre na nossa memória.
Você já fez gol no Morumbi? Eu já!
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