28 de Junho de 2016
E é só visitar o centro de São Paulo que me deparo com o lado vergonhoso do brasileiro modelo.
Dois amigos discutem sobre o cotidiano na Av. Ipiranga, quando um deles arremessa a garrafa vazia, recém consumida, na rua, sem nenhuma cerimônia.
Mais à frente, um motorista usa o rebaixo da calçada pra furar a fila do trânsito ultrapassando pela direita.
O mendigo deixa pra trás o cobertor ganho na noite anterior por um benfeitor anônimo, sem se importar que o objeto possa ter lhe salvo a vida em mais uma noite gelada.
Pouco depois, acompanho mais um motorista usar a fila de conversão livre pra ganhar mais uns metros, sem se importar se fecha a pista enquanto aguarda a concretização de sua esperteza.
E então escuto no noticiário uma frase que vem bem a calhar. Enquanto o repórter comenta uma fracassada experiência pra testar a honestidade do brasileiro, confessa: "Toda vez que eu perco o sono indignado com a postura do político, lembro da postura do povo que o elegeu".
Nada mais justo.
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