09 de Outubro de 2006
Fiz uma promessa em maio que não pensei que poderia cumprir. Diferente de qualquer coisa que eu tenha feito nessa vida, prometi a mim mesmo que, até 9 de outubro, só teria uma pessoa na minha vida: eu mesmo.
Sei que pode parecer complicado no começo, mas não é. Depois de tudo que aconteceu, namorar comigo mesmo era o que mais eu precisava. Não se substitui um amor por outro, como eu já disse outro dia, tampouco deve-se divertir com as pessoas erradas enquanto não aparece a certa.
Já nem lembrava mais qual o prato que eu mesmo mais gostava, tampouco meu real valor nesse mundo. Tinha esquecido das pessoas que simplesmente gostavam da minha compania e minhas músicas e filmes preferidos estavam lá esquecidos num canto.
Conheci muita gente nova por quem fiquei encantado, adicionei quem não conhecia, conversei sobre assuntos que nunca disse antes. Ouvi pensamentos novos, descobri minhas razões e pude entender melhor os meus defeitos. Me redescobri.
E neste tempo, peço desculpas às viagens que não fiz, aos encontros que não fui, à paixões que despertei e não correspondi, aos cinemas que fui sozinho e aos beijos que neguei. Quando tomei a decisão de estar comigo mesmo, tive de me portar assim, mesmo que, às vezes, eu mesmo tenha estado confuso.
Percebi o inestimável valor da verdade e da fidelidade, do sonho de ter alguém pra sempre e de respeitar meus próprios desejos.
E então, em meio ao tempo, outubro chegou. Seja por respeito ou pela situação, a promessa foi cumprida. Me sinto melhor, mais puro, sorriso no rosto. Voltei a acreditar no "pra sempre" e que o amor, que está escondidinho ali no canto, só está esperando que eu passe.
Hora de voltar a viver.
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